


A Rede Vital para o Brasil – rede nacional de informação, diálogo e cooperação acerca dos animais peçonhentos – foi formada em 2010 e tem por objetivo agregar, representar e apoiar diferentes pesquisadores e profissionais, associações e instituições que, com reconhecido desempenho, exercem atividades nas diversas áreas relacionadas aos animais peçonhentos e seus venenos.
A proposta de criação desta rede social surgiu, sobretudo, da constatação da necessidade do desenvolvimento de ações conjuntas em prol da reflexão, do amplo debate e de iniciativas diante dos graves e inquietantes problemas em torno dos acidentes com animais peçonhentos no país. O atendimento aos envenenamentos por serpentes, escorpiões e aranhas torna a área da saúde imperativa nos objetivos e missão da Rede Vital para o Brasil.
Não obstante, há também outras temáticas da maior relevância que motivam e norteiam os caminhos deste grupo como, por exemplo: as questões em torno dos venenos animais; dados epidemiológicos e em torno dos atendimentos médicos; demandas de ordem jurídica e a memória histórica sobre o tema.
A equipe executiva está constituída pelas seguintes instituições e pesquisadores: CVB – Casa de Vital Brazil (Campanha, MG); CEVAP – Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos, UNESP (Botucatu, SP); CPPI – Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (Curitiba, PR); FUNED – Fundação Ezequiel Dias - (Belo Horizonte, MG); IB – Instituto Butantan - (São Paulo, SP); IVB – Instituto Vital Brazil - (Niterói, RJ); NOAP - Núcleo de Ofíologia e Animais Peçonhentos do Instituto de Biologia, UFBA (Salvador, BA); Drª Ana Lúcia da Costa Prudente, Museu Paraense Emílio Goeldi (Belém – PA); Profº Carlos Roberto Abrahão, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) do ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Brasília – DF); Dr. José Carlos Cogo (Instituto de Pesquisa da Universidade Brasil); Dr. Renato Bernils, UFES (São Mateus, ES) e Drª Rosany Bochner, ICICT – Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, FIOCRUZ (Rio de Janeiro, RJ).

Criada em 1958, a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) está presente em Minas Gerais nas cidades de Betim, Contagem, Arcos, Poços de Caldas, e Serro, em três unidades localizadas em Belo Horizonte, além do campus Coração Eucarístico. Na graduação, são ofertados 122 cursos de bacharelado, 21 de graduação tecnológica e 11 cursos de licenciatura, 14 cursos de mestrado e 13 de doutorado, além de cerca de 432 cursos de especialização (entre os a distância, presencial, presencial modular e semipresencial). Estes cursos reúnem cerca de 80 mil estudantes, cerca de aproximadamente 1.300 professores e 3.000 funcionários.
A PUC Minas tem como missão o desenvolvimento humano e social da comunidade acadêmica a partir da formação ética e solidária, da produção e disseminação de conhecimento, arte e cultura. O tripé Ensino, Pesquisa e Extensão se articula em projetos inovadores e voltados para a transformação da sociedade e é considerada a Maior Universidade Católica do Mundo, título este reconhecido pelo Vaticano, e uma das melhores Universidades Privadas do Brasil.

No Campus Coração Eucarístico, se encontra o Museu de Ciências Naturais PUC Minas. Criado oficialmente em julho de 1983, é um espaço interdisciplinar onde o ensino, a pesquisa e a extensão se concretizam em um diálogo que envolve toda a comunidade acadêmica e diferentes segmentos da sociedade.
O Museu PUC MINAS tem como missão promover o conhecimento da história natural do Estado de Minas Gerais e a conservação ambiental, a partir do desenvolvimento de pesquisa e da educação científica que tenham como foco a diversidade biológica, ambiental e social. Ele vem contribuindo para a formação inicial e continuada de profissionais e cidadãos comprometidos com a cultura do cuidado e da sustentabilidade do planeta.
O acervo abriga hoje uma das principais coleções de mamíferos fósseis da América do Sul, além de coleções da fauna brasileira atual de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, animais invertebrados e botânica, reconhecidas nacionalmente e internacionalmente. Este rico acervo está organizado em 11 coleções científicas, além de uma reserva técnica e do acervo expositivo. A gestão do acervo de cada coleção é responsabilidade de um pesquisador da área que assume a função de curador.
Todo o conhecimento reunido coloca-se a serviço da educação através de diferentes iniciativas pedagógicas e de lazer cultural, em especial, as exposições de longa duração. Entre estudantes da educação básica, grupos especiais, pesquisadores e turistas, nacionais e estrangeiros, o Museu tem recebido uma média de 114 mil visitantes por ano. É hoje uma referência no estado e no país nas áreas nas quais atua.
A pesquisa no MCN é tanto fonte como produto do acervo acumulado ao longo de mais de 40 anos de trabalho. O acervo evoluiu graças às pesquisas institucionais relativas à nossa biodiversidade, projetos de levantamentos faunísticos e florísticos, estudos ambientais (EIA/RIMA), convênios (Fundação Zoo-Botânica, IBAMA e CEMIG), permuta com empresas e instituições, além de doações individuais. Sua organização tem viabilizado a produção de conhecimento científico não só por pesquisadores da PUC Minas, mas também por aqueles que acessam esse acervo.

Fundado por Vital Brazil, em dezembro de 1899, ainda como um laboratório vinculado ao Instituto Bacteriológico, o Instituto Butantan se tornou referência mundial em pesquisas e trabalhos nas diversas questões em torno dos envenenamentos por animais peçonhentos. Atualmente é o maior produtor de vacinas e soros da América Latina e o principal produtor de imunobiológicos do Brasil. É responsável pela maioria dos soros hiper imunes utilizados no Brasil, contravenenos de animais peçonhentos, toxinas bacterianas e o vírus da raiva. Também responde por grande volume da produção nacional de antígenos vacinais, produzindo 100% das vacinas contra o vírus influenza usadas na Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Entre outras muitas atividades o Butantan desenvolve projetos de pesquisas básica e aplicada, tais como estudos sobre animais peçonhentos, agentes patogênicos, inovação e modernização dos processos de produção e controle de imunobiológicos, além de estudos clínicos, terapêuticos e epidemiológicos relacionados a acidentes causados por animais peçonhentos. O instituto também capacita alunos por meio de estágios em nível de iniciação científica (PIBIC/CNPq), programa de especialização na área da saúde e pós-graduação (mestrado e doutorado). É responsável pelo Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Toxinologia; oferece também cursos de extensão visando à formação de profissionais que possam ser multiplicadores de informações em saúde pública e cursos de aperfeiçoamento de curta duração, abordando temas como animais peçonhentos, insetos de importância médica, soros e vacinas destinados à comunidade em geral, estudantes, professores, militares, bombeiros, agropecuaristas, entre outros.

Inaugurada em 1907, a Fundação Ezequiel Dias trabalha há mais de um século buscando soluções em saúde. Com diferentes áreas de atuação, é referência na pesquisa científica a partir de venenos, sendo reconhecida como um importante Instituto de Ciência e Tecnologia do estado de Minas Gerais, do Brasil.
Com modernas unidades de produção de medicamentos e um dos maiores e mais bem equipados parques tecnológicos do país, produz, com exclusividade na América Latina, a Talidomida, medicamento usado no tratamento da hanseníase e com alto potencial para tratamento de outras doenças, como o câncer. Produz, também, soros antipeçonhentos, antitóxicos e antivirais. Abriga ainda o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (Lacen-MG), composto por 42 laboratórios que realizam análises e exames de última.

O IVB - Instituto Vital Brazil foi também criado por Vital Brazil, em junho de 1919. Fica no bairro de Vital Brasil, na cidade de Niterói, RJ. O Instituto tem uma filial em Cachoeiras de Macacu, onde são criados os cavalos que fazem parte do processo de produção de soro.
Em seu amplo e relevante histórico de contribuições para Saúde Pública do Brasil, consta a introdução da vacina BCG (contra a tuberculose) no país. Em 1925, o cientista Vital Brazil recebeu em seus laboratórios de Niterói os testes e ampolas enviados por Calmette e Guérin do Instituto Pasteur, França. Para prevenir-se das constantes mudanças políticas da década de 1930, Vital Brazil transformou o IVB em propriedade privada. Na década de 1950, após o falecimento do cientista, os descendentes passaram a instituição ao Estado do Rio de Janeiro.
O IVB é um dos laboratórios oficiais existentes no Brasil e tem como missão a formação, pesquisa e produção científica nas diferentes áreas da saúde. Atende a todo o setor público, com a produção de soros e medicamentos de uso humano. Realiza estudos e pesquisas no campo farmacêutico, biológico, econômico e social. Serviços que vão dos diagnósticos laboratoriais e epidemiológicos a programas de controle de doenças que ameacem a saúde pública do Estado do Rio de Janeiro. Desde 2001, o Instituto Vital Brazil é o único a produzir soro contra picadas da aranha viúva negra, cujo veneno é muito tóxico.

A Casa de Vital Brazil é uma associação sem fins lucrativos, fundada com empenho conjunto dos descendentes do cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha (1865-1950) em dezembro de 1984. Sua missão é preservar e divulgar o legado do médico e sanitarista, cuja vida e obra são de incontestável relevância científica, social, educativa e cultural. Entre suas atividades consta a manutenção do Museu Vital Brazil, inaugurado em 1988, na casa em que ele nasceu, na cidade de Campanha, no sul de Minas Gerais.
Nos últimos anos, a Casa de Vital Brazil realiza e coordena diversos levantamentos documentais e iconográficas para estudos, pesquisas e trabalhos em diferentes áreas da História das Ciências no Brasil; promove e participa de eventos nacionais e internacionais; publica livros, artigos e textos jornalísticos; organiza exposições que, durante anos, cumpriram intensa agenda de itinerância; realiza fóruns de debates e palestras; produz registros audiovisuais como gravações de depoimentos e entrevistas, edita e lança vídeos de cunho didático e científico como uma série para professoras(es).
É contínuo o desenvolvimento de atividades socioeducativas e culturais por meio dos acordos institucionais e de cooperação estabelecidos. Em 2010, a Casa de Vital Brazil co-fundou a Rede Vital para o Brasil, rede colaborativa e multidisciplinar que agrega instituições cientificas, acadêmicas e pesquisadores(as) de diferentes áreas e regiões do país.

Fundado em 1987, o CPPI - Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos atua na área de pesquisa e desenvolvimento de produtos de interesse para a saúde pública do país, produz soros antivenenos, insumos e antígenos para auxílio diagnóstico. O CPPI é referência nacional do soro antiloxoscélico, contra a picada de aranha-marrom, e do antígeno de Montenegro, utilizado para auxílio diagnóstico da leishmaniose tegumentar americana.

O NOAP - Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, do Instituto de Biologia, da UFBA - Universidade Federal da Bahia, foi instituído, em 1987. Os objetivos principais deste núcleo de formação e de pesquisa são o de realizar levantamentos; empreender trabalhos de campo; gerar conhecimento e prestar informação à população; promover constantemente atividades educativas, preventivas e multidisciplinares. Projetos e intercâmbios foram se consolidando e, entre outras tantas iniciativas multidisciplinares e conjuntas, estabeleceram-se relações de parceria permanente com inúmeras instituições brasileiras e, também, com outros países como o Instituto Malbrán (Argentina) e a University of Wales (Inglaterra).
Através dos programas de Iniciação Científica passaram pelo NOAP mais de uma centena de estagiários, estudantes de Graduação, de Mestrado e Doutorado e profissionais de apoio técnico. Entre as realizações e projetos se destacam conquistas referenciais: Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica da Bahia “ciência, arte & magia”, voltado para formação de jovens cientistas da educação básica, ensinos fundamental e médio; Redezoo – Rede de Zoologia Interativa, voltada para o ensino e divulgação científica sobre os animais peçonhentos e Biota-Bahia – Acervo Impresso e Digital dos Répteis e Aracnídeos da Bahia. Nestes, trabalha-se a produção de conhecimento e de materiais didáticos, a formação de agentes educacionais e qualificação de professores, a divulgação e a popularização da ciência. Em diferentes suportes de mídias e linguagens, com técnica e criatividade, estas iniciativas conseguem alcançar um público grande e heterogêneo, de diversas localidades e faixas etárias. Além de possibilitar acesso a distintos conteúdos e patamares de informação, desenvolvem-se ações que derrubam preconceitos acerca dos animais peçonhentos e fazem com que pessoas de todas as idades e graus de instrução queiram conhecer mais e melhor os animais e o meio ambiente.

A partir de 1989, pesquisadores de cinco Unidades da UNESP - Faculdade de Medicina de Botucatu, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Institutos de Biocências de Botucatu e Rio Claro, e Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara - interessados em estudar os animais peçonhentos em seus múltiplos aspectos, se juntaram e propuseram a criação do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da UNESP (CEVAP).
Em 27 de maio de 1993, o Conselho Universitário oficializou o Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da UNESP (CEVAP), modalidade Centro de Ciência Translacional, com objetivos de promover o ensino, a pesquisa, a extensão universitária e a cultura no contexto dos animais peçonhentos. O ensino destinado objetivamente aos alunos de graduação complementando o ensino aplicado nas Unidades Universitárias da UNESP, pós-graduação Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Especialização em Inovações Diagnósticas e Terapêuticas; a pesquisa focada na translação de moléculas candidatas extraídas a partir das toxinas animais, visando a produção de biofármacos, e a extensão universitária e a cultura contemplando a indissociabilidade entre o ensino e a pesquisa capacitando alunos e comunidade em geral.
Na última década o CEVAP foi protagonista do desenvolvimento de dois biofármacos a partir das toxinas animais denominados respectivamente selante heterólogo de fibrina e soro antiapílico. Estes produtos, considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), estão na última etapa da pesquisa clínica visando a eficácia e o registro definitivo pela ANVISA para posterior distribuição na rede SUS.
























